OS LUSÍADAS
LIVRO: OS LUSÍADAS
AUTOR: LUÍS DE CAMÕES
“Hablas español?”. Não? Nem uma palavrinha? E você sabe por quê? Graças a Luís de Camões.
Calma... eu vou explicar...
No final do século XVI, Portugal já iniciava sua decadência como potência marítimo-comercial.
O último descendente do trono português morrera e a Espanha tomara posse do trono
lusitano.
Portugal fora próspero por muitos anos, mais ainda não possuía uma identidade nacional.
Faltava algo com que o povo se identificasse, já que, tudo era “importado” da Espanha.
Iniciou-se então, um processo de colonização cultural, em que o próprio idioma espanhol
estava aos poucos suplantando o português. Tudo seria tragado pela Espanha: terras, cultura
e nacionalidade. Portugal simplesmente deixaria de existir, e tornar-se-ia, uma mera província
espanhola.
Foi quando surgiu o poema “Os Lusíadas”, de Luís de Camões. A resposta orgulhosa à
dominação castelhana. Era o Novo Evangelho do português, seu novo estandarte, um poema
que continha o universo inteiro dentro de si.
Numa excepcional harmonia entre erudição clássica e experiência prática, a obra ia muito
além de uma simples narrativa nacionalista. O livro contava a saga de um Herói, o Herói
coletivo, o próprio Homem, em sua jornada em busca da sabedoria e do conhecimento. Em
meio a seres mitológicos, personagens históricos e reais, a obra cravou no solo a identidade
de Portugal, sua história e sua cultura. Depois de “Os Lusíadas”, seria impossível falar outro
idioma.
E isso é o que torna Camões genial: a grande maioria das palavras, vocábulos e expressões
que estão escritas no poema, ainda hoje, são usuais em nosso dia-a-dia. Isso prova a
sua modernidade. E creio que essa seja nossa maior herança: Camões não nos deixou
simplesmente o melhor da nossa poesia. Ele nos deixou a nossa própria língua.